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Incluindo-me em uma sociedade não real: a minha.
  • Blockquote

    Mauris eu wisi. Ut ante ui, aliquet neccon non, accumsan sit amet, lectus. Mauris et mauris duis sed assa id mauris.

  • Duis non justo nec auge

    Mauris eu wisi. Ut ante ui, aliquet neccon non, accumsan sit amet, lectus. Mauris et mauris duis sed assa id mauris.

  • Vicaris Vacanti Vestibulum

    Mauris eu wisi. Ut ante ui, aliquet neccon non, accumsan sit amet, lectus. Mauris et mauris duis sed assa id mauris.

  • Vicaris Vacanti Vestibulum

    Mauris eu wisi. Ut ante ui, aliquet neccon non, accumsan sit amet, lectus. Mauris et mauris duis sed assa id mauris.

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Outra crônica de amor.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
O amor, 'ah... o amor. Acho que nunca cheguei a escrever algo sobre. Talvez alguns textos remetem ao assunto quando descrevo a música ou até episódios da minha vida, mas nada que fale claramente desse verbo tão letal. Nunca vi necessidade de escrever sobre o amor, na verdade nunca achei que fosse preciso. O amor é algo que dispensa palavras ou textos por todos saberem bem como é. Todos sentem, todos sabem definir. É a típica coisa que você aprende desde antes de nascer. Não foi preciso que sua avó te dissesse que as pessoas amam ou te desse de presente o amor. Igual costumam fazer com velhos ensinamentos e relíquias familiares. Ninguém precisou te ensinar como sentir o amor, você apenas começou a sentir desde os primeiros dias de vida. E com o passar dos anos foi descobrindo sozinho outras faces do amor. Amor pelos pais, pelos irmãos, pelos amigos, pelos pertences, por alguma força superior, por si, pelo coleguinha de classe que você dividia os brinquedos, por aquela pessoa do seu ciclo social que a beleza te espanta, pelo trabalho ou até mesmo pelas flores, pelo céu e pela vida. Várias formas, várias intensidades, várias faces, mas só um sentimento: o amor.
Mais redundante do que definir o amor, é falar que as pessoas amam. Cada um do seu jeito e foco, mas todos amam. Nessa minha curta e pacata vida não cheguei a conhecer alguém que falasse que não ama. Apenas os que dizem não acreditar no amor, mas até esses amam. Amam o fato de tentarem convencer aos outros que não acreditam em algo tão banal. Ou que tentam se auto convencerem, enfim. Já vi pessoas amando peculiaridades como o dinheiro e esquecendo do que realmente se deve amar, mas elas ainda assim estavam amando algo.
O amor além de tudo é estranho. Um dia te faz chorar, outro te faz rir. Traz lágrimas e sorrisos. Até faz você perder o sono ou dormir pesado querendo nunca mais acordar. Não importa o motivo, ele faz isso. E nem tem razões para você amar. Você só ama e fim. Quando você percebe, está amando. E ai de você se querer entender o porquê disso tudo... nunca vai conseguir entender. Você ama pela voz, pelo olhar, pelo abraço, pelo cheiro ou até mesmo pelo mistério. Às vezes é correspondido, outrora não. Tem amor que é certo, outros que vem e vão.
Não acredito muito na teoria de que você só pode amar uma pessoa na vida, para mim, você pode amar várias vezes. E como pode! Eu mesma já amei diversas. Só que acredito fielmente que o amor é eterno. Aquele seu namorado que há tempos não vê, que te trocou por sua melhor amiga ou por um jogo de video-game e que você jurou que nunca mais olharia na cara, você ainda ama. Claro que não com a mesma intensidade, mas você ama. Eu sei, você nunca vai admitir, nem estou pedindo isso. Mas o amor ainda está ai, eterno, mesmo que for guardado na sua memória. A lembrança de que algum dia amou aquela pessoa ou aquele momento. O amor não morre, isso pode ter certeza, ele fica guardado. Eterno, para mim, é tudo aquilo que dura o suficiente para ser intenso. E o amor é assim. Mesmo que ele seja tantas vezes controverso e irritante por ser tão imprevisível e petulante. Como seria bom se pudéssemos escolher a quem amar, talvez tudo fosse mais fácil. Ou mais chato.
No instante que você abriu os olhos pela primeira vez você ja amava sua mãe e seu pai, sem nem ao menos querer. No momento que conheceu aquela pessoa que mudou sua vida, para melhor ou às vezes até para pior, você começou a amar. Mesmo que você adore brigar com ela e ela goste de implicar com você.
Amar é tipo uma dependência ou mania, se baseia no sentimento de controle e posse. Há aquela necessidade de ter a pessoa em todo instante de sua vida, mesmo que seja apenas para ver respirando ou dormindo. A ansiedade, a angústia e a insegurança nos atormentam o tempo todo quando se trata de amor e isso é tão frustrante que eu julgo ser o motivo por muitos dizerem que não acreditam no amor. É mais fácil dizer que não acredita, do que admitir que é mais uma vítima.
Não quis definir algo que todos já sabem, na verdade, não sei direito o que eu quis atingir com isso, só quis falar sobre o amor. Outra crônica de amor como tantas outras que você encontra em qualquer canto, que te diz o que você já sabe: que existem diversos tipos de amor e que todos nós possuímos diferentes tipos de amor dentro de nós e até pela mesma pessoas e situação.
O mais importante é ressaltar que todos amam. E que muitos amores ainda estão para entrar em sua vida.
Como diria uma pessoa despreocupada com a vida: que faça a fila andar, que venha o próximo... amor.

21 de Novembro de 2010.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

"When you were young and your heart was an open book. You used to say live and let live (you know you did, you know you did, you know you did). But if this ever-changing world in which we live in, makes you give in and cry... so live and let die"

Foi nessa música, Live And Let Die, que eu percebi que naquele dia, 21 de Novembro de 2010, eu estava em mais um show histórico do Paul McCartney. Nada menos, nada mais que o quarto show dele no Brasil e a terceira passagem dele pelo mesmo. A primeira em 1990, a segunda em 1993 e a terceira agora em 2010, com direito a três shows dessa vez - um em Porto Alegre e os outros dois em São Paulo. 
Foi ela que me fez perceber aonde eu estava e a grandiosidade de ser uma das 64 mil pessoas presentes no Estádio do Morumbi naquela noite. Eu estava vendo um Beatle tocar, cantar e mostrar a todos a razão dele de viver: encantar a todos. E eu não acreditava no que estava vendo, eu mal tinha reação. Era muito para a minha cabeça e pro meu coração. 
Depois de tudo que passei pra conseguir ir e ser uma daquelas pessoas... a chegada da notícia que ele voltaria para o Brasil, as milhares noites tentando convencer os meus pais de que eu queria isso mais do que tudo, os choros, a compra dos ingressos, a ida para São Paulo, a perda de um vestibular, as noites mal dormidas idealizando o show, a felicidade, a confusão com os ingressos, a estada em São Paulo, as horas esperando e as dificuldades. Ah, as dificuldades... quantas apareceram e quantas me deram dores de cabeça. Todas que me fizeram perceber que quando você quer algo, a única pessoa que pode te ajudar e fazer seus sonhos se realizarem é você mesmo. Fazer o possível, o impossível, o real e o surreal é tudo por nossa conta. Mas eu não acreditava nisso, não mesmo. Só percebi o quão o poder da perseverança é extremo ao ouvir a voz de um dos meus quatro ídolos - e de uma boa parte da humanidade - ecoar pelos meus ouvidos ao vivo. Estando no mesmo lugar que eu! Era um sonho se realizando e meu peito se enchendo de felicidade e orgulho de perceber que eu consegui estar aonde eu queria estar e como eu queria estar.
Eu não precisava mais de nada naquela noite. Estava eu, a lua cheia, música boa e a genialidade e o talento de um dos maiores mitos do rock clássico. Sem contar no carisma e na humildade de um homem de 68 anos que tem tudo para se atrever a ser arrogante, mas não é. Está longe de ser! Seu sorriso e sua animação demonstram a juventude e a ingenuidade que ele mantém por tantos anos. Dá para ver o amor e a alegria em seus olhos. 
Achei que as horas esperando, umas sete no total, iriam ser desgastantes e cansativas, mas não. Tirando uma dor localizada nas costas que carrego até hoje, que nenhum "dorflex" da vida retira, até a espera foi perfeita - o clima era todo mágico. Pessoas de diferentes idades, classes sociais, cidades e estados, padrões de vida e valores juntas parecendo que eram todas iguais. Vi desde famosos como Zeca Camargo, Lenine, José Serra e tantos outros que vemos todos os dias nos jornais, revistas, programas de televisão e páginas da internet esbanjando os camarotes e os bastidores até uma Maria Ninguém, do bairro ao lado, e o Luis Anônimo, do mercadinho, que atravessaram o país e as dificuldades com os salários mínimos contados e que sofreram horrores para conseguir pagar um ingresso, mesmo sendo o que proporcionava um lugar distante do palco que quase nem daria para ver. Mas lá, todos eram iguais, eram parte dos 64 mil sonhadores. 
Enquanto o Paul nos presenteava com "All My Loving", uma música gravada em 1963 se não me engano, eu olhava o estádio e todas aquelas pessoas cantando com os pulmões uma canção que roda décadas e continua despertando a mesma reação em todos os que escutam: a de simplicidade, harmonia e delicadeza. Não sei se era pela iluminação instalada no estádio ou pela felicidade extrema de todos que tudo brilhava. Lá eu esqueci dos meus problemas, do calor que estava me matando há horas, das dificuldades, do cansaço, da fome, dos vestibulares que se aproximam e de todo mundo. Só ele e as músicas importavam. 
Gritei junto no refrão de "Jet", "Back To USSR", "Band On The Run", "Venus And Mars", "Get Back", "Helter Skelter", "Highway" e tantas outras. Me emocionei em "Let it Be", "Hey Jude" "Yesterday", "The Long and Winding Road",  "My Love", "Something", "Blackbird", "Here Today", "A Day in The Life/Give Peace a Chance" e, claro, "Live and Let Die". Ri das piadas, mesmo programadas, contadas pelo Paul e me diverti com "Drive My Car",  "Dance Tonight" e "I've Just Seen a Face", "Obla-di Obla-da" e do português ensaiado e engraçado dele. E cantei em todas, até as que eu sabia apenas o refrão. Tanto que no meio do show olhei para o meu pai, que estava do meu lado aproveitando o show igualmente, do jeito quieto dele, mas aproveitando, e só consegui dizer "obrigada por ter me apresentado desde pequena à melhor banda de todos os tempos". 
A banda que quebrou barreiras, inovou estilos, emociona todo mundo, escreveu as músicas mais tocadas de todos os tempos e mesmo dois deles já falecidos, continuam sendo lembrados por gerações e gerações... e lotando estádios. O gosto por Beatles passou pelo meu pai e chegou até mim e temos mais de 30 anos de diferença. E toda essa diferença sumiu na hora do show. Nós dois tinhamos a mesma idade. 
Acho que depois desse dia comecei a gostar e a admirar mais os quatro 'garotos' de Liverpool que dominaram o mundo - se for possível. Mesmo só tendo visto 25% do que um dia eles foram, já foi o suficiente para considerar aquele um dos melhores dias da minha vida. Nesse dia, eu voltei a um passado que não vivi e me senti em uma completa "beatlemania". Não estava mais em 2010 e sim em meados de 1960 aproveitando cada momento e histerismo de todos os presentes. 
Foi o suficiente para perceber o poder que a música tem nas pessoas: o de superar dificuldades, de nos unir e nos fazer feliz. A querida felicidade que todos buscam conseguir, eu consegui naquela noite. As três horas de show pareceram ao mesmo tempo minutos e décadas. Cada segundo foi especial, uma lição de vida. Nos mostrando o resultado de tantas esperanças e sonhos acumulados.  
É algo que com toda certeza irei lembrar no futuro e contar aos meus netos e para quem quiser escutar sobre o dia, no auge dos meus 17 anos, no dia 21 de Novembro de 2010, que eu senti o que era a felicidade, realizei um grande sonho e fiz parte de um dos shows históricos do Paul McCartney que lotou estádios e encantou multidões. E pode ter certeza que depois desse domingo à noite, nunca mais vou ser a mesma... 

Quem eu sou.

terça-feira, 2 de novembro de 2010
Dizem que não falo de mim, que sabem muito pouco. Falam que não me defino, que me escondo. Talvez seja verdade, algo meio louco. Ou até mesmo o meu biombo. Aquele que me separa da realidade. A dura verdade.
Só que posso te adiantar que sou alguém que ama a liberdade, chora pela sinceridade, sorri com a humildade e sente a saudade. Que enxerga a vida quando ela passa, escuta o silêncio falar e conversa com a dor. Aquele que às vezes se confunde com o amor.
Sou aquela pessoa que vê o prazer de amar, desde todos como tudo. Sou a pessoa que caminha sozinha no sonho mudo. Nem sempre faz o que é certo. Quase nunca está perto.
Ando nos rastros dos que já foram para sentir o que eles sentiram, deixaram e falaram. Vou para os jardins conversar com quem não fala, mas exala. Grito nos ouvidos e nada digo.
Sou animada, exagerada e até revoltada. Nunca estou satisfeita e muito menos sou desfeita e feita. Quero sorrir o tempo todo e chorar por um estrondo. Tenho principalmente muitos sonhos e vícios indefinidos.
Gosto de ler, falar e escutar. Amo boa música e literatura. Admiro uns e detesto outros. Por dentro sou sensível, incompreendida e feliz. Quero tudo que posso alcançar. Às vezes até aquilo que não consigo. Sou alguém que não consegue se definir, só sentir.
Mas para você, quem eu sou é só quem você vê.

"Futuro"

sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Eu poderia tentar definir nesse exato momento o que a palavra "Futuro" está significando para mim, mas tudo que eu vá falar, ou melhor, escrever não vai conseguir definir de maneira certa. Nem sei se "certo" é um adjetivo que eu posso usar para falar da definição de algo que é tudo, menos certo. Eu queria pelo menos conseguir entender o peso que o "Futuro" tem na minha vida... só sei que é muito. Ou pelo menos eu acho que seja. Até nisso essa palavra me complica.
Como uma palavra, uma simples junção de seis letras, consegue ser o motivo dos meus anseios e de todo o pavor que me consome? Gasta desde minha massa cinzeta até as nervuras que se estendem pelo meu corpo ansioso. É tão arrebatadora.
Muitos dizem que o futuro é sua próxima respiração, o próximo piscar dos olhos e até mesmo o próximo passo da sua vida. Outros tentam definir como a resposta das ações do seu presente e o reflexo do que foi o seu passado. Mas não sei com quem concordar, ou se eu realmente tenho que ser à favor de algo. Acho difícil assumir um argumento definitivo sobre um fato incerto e longe do nosso conhecimento.
Se não possuímos o conhecimento, como podemos argumentar? Podemos só refletir e imaginar.
"Imaginação"... uma palavra que, para mim, tem uma ligação forte com "Futuro". É como se elas caminhem de mãos dadas em uma estrada de terra, só esperando o momento que dois caminhos irão aparecer: o da estrada e o de flores. Enquanto o "Futuro" escolhe o da estrada, a "Imaginação" continua sua trajetória no de flores, ou até mesmo, na maioria das vezes, para no de terra.
Os mais céticos dizem que não há caminho na vida que acompanhe o "Futuro" que seja cheio de flores, tem que ser o de terra. Mas os criativos acreditam no contrário. Essa comparação pode lhe parecer um tanto equivocada e infantil, mas tente acompanhar minha linha de raciocínio.

Cheguei no ponto da minha vida que tenho que decidir qual caminho tenho que seguir. Esse ponto é o tão conhecido e temido: vestibular. E eu realmente queria que os meus caminhos e escolhas se resumissem em dois apenas. Talvez eu não teria esse oceano de dúvidas ou pelo menos teria como navega-lo. Pode parecer exagerado, só que é na verdade complicado e demasiado. No ponto de escolher qual curso prestar e de fazer a tal prova que representa tanto, é que deixamos para trás aquela vida de escolhas que não eram inerentes à nós. Não digo que seja o começo da fase adulta, mas, sim, de algo parecido com a mesma. E isso me assusta... demais.
Mesmo eu tendo marcado um curso em si na ficha de inscrição, não significa que eu tenha absoluta segurança da minha escolha. Eu sei, essa insegurança ocorre com todos. É um medo geral, acontece com todos que chegam nesse ponto em um dia de suas pequenas e condensadas vidas. Se não for com todos, é com a grande maioria.
Às vezes me pego imaginando como será daqui pra frente, se tudo que eu penso acontecerá de verdade, ou se irá seguir caminhos diferentes. O que nos remete àqueles caminhos que a "Imaginação" tem que seguir, o de flores e o de terra. Já que o "Futuro" em si continua retilínio... na teoria, claro.
Tenho um pavor de pensar se tudo acontecer diferente, se eu vou conseguir aceitar. De não entrar para faculdade de Design, não me formar na mesma, não ganhar a vida desenhando e desenhando. Será que vou conseguir aceitar essa ideia?
Esse tal "Futuro" não está ao nosso alcance; não temos o menor controle sobre ele. Isto não te preocupa? Saber que o fator que conduz nossas vidas não está sob nossa moderação e nunca estará.  Não sabemos se no próximo segundo iremos chorar, ou sorrir, ou até mesmo sobreviver. Sooa tão frustrante.
Não quero me frustrar com os meus planos para o futuro. Quem sabe se eu parasse de sonhar e imaginar, isso não iria acontecer?! Só que não consigo. Se eu não sonhar e não pensar no amanhã, não terei motivos para viver o hoje. Estou presa nesse ciclo.

Fugindo um pouco da reflexão, da subjetividade e do medo, vamos à ansiedade e para daqui duas semanas: o dia que começam os meus vestibulares. Esses são tão assustadores quanto a palavra "Futuro". Pensar que lá verei o resultado de toda minha vida estudantil e o acesso à uma vida nova, a de escolhas e realizações. Até então tudo que faço e decido não é inerente apenas a mim. A partir desse dia o que vier será consequências dos meus próprios atos. Muito assustador.
Para não prolongar mais, deixo aqui minhas palavras que juntas formam um resumo da minha crise pseudo existencialista. Enquanto isso, continuo imaginando o que será do meu futuro e do meu vestibular com a ansiedade em uma mão e o medo em outra.

A culpa é nossa.

domingo, 3 de outubro de 2010

Hoje, 3 de Outubro de 2010, é o dia das eleições para Presidente, Governadores, Senadores e Deputados e é só falar em política no Brasil que já é motivo de risada ou desinteresse. O argumento de que nenhum candidato presta e que o voto não mudará nada é tão reticente que chega a me dar asco. É mais fácil assumir que foi criado para não se interessar por política e que é totalmente alienado do mundo político. Mas tudo é consequência de um longo processo alienado. Há anos vivemos sob um governo que não nos deixa entender o que acontece nesse mundo paralelo e misterioso. Suponho que tudo isso começou desde que aconteceu o golpe militar para iniciar a ditadura... ou um pouco depois com o Collor. Mas que seja, desde um certo instante todos os brasileiros resolveram não ligar para o que acontece na política, sendo taxada de "algo desinteressante e roubado", realmente é roubado, mas por culpa de todos que julgam desinteressante. Um raciocínio tão lógico e deprimente.
Hoje, quando fui votar, escutei uma pessoa dizendo ao respectivo cônjuge "votei na Dilma, ela vai ganhar mesmo". Olhei bem para o cidadão e notei que aparentava ter no mínimo 30 anos a mais que eu e pelo jeito uns 100 anos de noção cívica a menos. O problema não é apoiar um candidato de um partido que, no meu ver, é totalmente repugnante, e sim não ter o mínimo de opinião. E ainda tinha uma criança, que julgo ser o filho do casal, junto. Que bom exemplo, não é?! Com certeza essa pergunta não precisa de resposta.
Não quero fazer um texto defendendo um partido em questão ou qualquer coligação, pelo contrário. Não importa agora quem você apoia, o voto é secreto e íntimo mesmo. Quem eu votei e deixei de votar na urna apenas interessa a mim e representa os meus pensamentos, meus valores e meus planos como cidadã brasileira... pena que nem todo mundo pensa assim.
Dois terços da população não sabem o que um Senador faz no Senado. Muito menos o que um Presidente e um Governador fazem ou deixam de fazer. E vou te contar um segredo: esses dois terços não querem nem saber. Um Senador representa o seu estado, ou seja, representa você em um tipo de parlamento. Ele zela pelos seus direitos constitucionais, julga o Presidente e analisa projetos de leis. Um deputado, que seja Federal ou Estadual, aprova as leis. Um Governador nem se fala... ele é que é o responsável por onde você mora e por onde você vai. Se você estuda em uma escola boa ou tem alimento em estoque na sua casa. Eles são você e o seu mundinho. E você ainda tem coragem de assumir que não entende nada de política, ou pelo menos de assumir que não se interessa por isso.
Aquele modelo antigo de revoltas desde a colonização até depois do ínicio da República deixam um pouco de saudades. As pessoas, mesmo monopolizadas seja pela mornaquia ou pelas oligarquias, sabiam o que estava acontecendo com o lugarzinho delas e queriam mudanças. Mesmo não conseguindo, vendo que nenhuma revolta brasileira deu resultados. Até a Farroupilha que envolveu pessoas de classes mais elevadas não deu em nada, aonde que uma revolta de negros e campesinos daria alguma coisa, como na revolta da Vacina? Mas ninguém pode falar que eles não tentaram. Eles queriam mudar.
E os anos a frente desses, meu povo? Há algum almejo por mudanças no coletivo? Não, apenas elites apoiando um partido que seja contra a pobrada e a pobrada não tendo o conhecimendo suficiente para apoiar algum partido que proporcione melhoras. O que nos remete a grande necessidade da Bolsa Família. Eles precisam dela, eles não possuem conhecimento para quererem mais. E ninguém faz nada para mudar isso.
Não estamos apenas monopolizados por uma coligação específica - que nem preciso citar para que vocês saibam qual seja - estamos por todas. Elas sabem bem que nós, a população brasileira no geral, não sabemos o que está acontecendo e não faremos nada para mudar. E o que eles fazem? Continuam com a mesma forma de mandato que tinhamos na época da escravatura - no sentindo metafórico, é claro. Enquanto eles mandam, nós fazemos. E não há como mudar, até que haja uma lei Áurea que nos liberte dessa condição miserável de subordinados.
Imagino os livros de história nos anos 3000 citando a partir de 1990, mais ou menos, como uma época de pura alienação política por parte da população e realmente quero que nessa época já seja diferente.
Espero que até lá a população perceba o quão ignóbeis elas são não participando dos próprios interesses. Espero que nessa época, não apenas o voto seja obrigatório, mas como saber como votar seja também. Espero que nesses anos 3000 alguém pergunte a um adolescente sobre o governador do seu Estado e ele saiba responder do mesmo jeito que sabe o que o seu ídolo musical faz ou deixa de fazer. Espero que as pessoas de classes menos favorecidas apoiem quem realmente faça o melhor não só para eles, como para todos - já que vivemos na dita democracia. E que a elite pense igual. Espero realmente que tudo seja diferente, que política seja matéria obrigatória tanto nas escolas como na cabeça das pessoas. Espero que a alienação política seja algo em que os filhos dos nossos bisnetos irão pensar como algo ultrapassado e totalmente repugnante. Espero que não tenha mais políticos que usam e abusam do dinheiro público por saberem que mesmo com escândalo, ninguém irá fazer nada e vão continuar elegendo - vide Maluff, Collor e Valdermar da Costa Neto - já que as pessoas vão saber que neles não se vota. Espero do fundo do meu coração que tudo seja diferente, já que por enquanto tudo vai continuar na mesma hipocrisia e ignorância. Mas para isso acontecer precisamos de mudanças e disso eu não sei o que esperar.
Até essa revolução milagrosa acontecer nós continuamos como estamos, com PIB (quantidade de dinheiro) em 5º lugar e o IDH (condições de se viver) em 70º - o que nos mostra o quão somos enganados - e nossa educação e saúde se igualarem com as de países que mal tem dinheiro nos próprios bolsos, quem dirá no cofre federal, e morrem de doenças banais.
Então, pessoa da mesma seção eleitoral que eu e que votou na Dilma hoje de manhã, nos vemos no segundo turno para você poder votar mais uma vez sem ter a mínima noção do que está fazendo, igual a milhões de outras pessoas. Esse é o nosso Brasil e a nossa culpa. 

Eu consegui, eu vivi.

domingo, 19 de setembro de 2010
Às vezes estamos tão longe que sentimos falta até do vento, da grama e dos inimigos. A saudade parece tão grande que nem sabemos o porquê de termos partido. Tudo é tão difícil... 
Difícil. Essa palavra descreve tanta coisa, não é?! Enfrentar os problemas é difícil, mas no fim sempre conseguimos. Conseguir, outra palavra, mas essa descreve sensações. Sabe aquela sensação de frio na barriga e sorriso dos olhos que temos quando realizamos algo que parecia tão impossível antes? Eu chamo de conseguir. Ela é semelhante à Felicidade. Não dizem que a felicidade está em momentos? E quando conseguimos resolver algum problema nesse momento ficamos felizes. 
Mas nem sempre tudo é tão simples, parece que nunca vai acabar. Só que sempre acaba, felizmente ou infelizmente. O minuto acaba, a hora acaba, o dia acaba, o ano acaba e a vida acaba. Não gostamos de pensar nisso, eu sei. Ninguém gosta, mas é a verdade: a vida acaba. E levaremos da nossa vida quem somos e o que fizemos. E aquela bolsa que compramos depois de tanto juntar dinheiro ou aquela roupa que ganhamos? Elas não vão junto. É aí que percebemos como temos que aproveitar os momentos, a vida. Aproveitar a vida é fácil? Acho que não, na verdade tenho certeza que não é. Nada é fácil, muito menos a nossa vida. Mas se fosse fácil não teria graça. Qual seria a graça de viver um dia após o outro, de dormir para acordar no dia seguinte, de ter coragem e assumir desafios se tudo fosse tão fácil? Nenhuma. Aproveitar a vida é algo que tanta gente diz tantas vezes, mas acho que nunca sabemos o que é até perceber que estamos aproveitando. Mas aproveitar não é sinônimo de alegria. Envolve muito mais, assim como tristeza, solidão e saudades. Ah, a saudades de novo. Todos nós sempre sentimos saudades de coisas. Coisas tão insignificantes na maioria das vezes, mas coisas tão importantes em outras. Por exemplo saudades da família, dos amigos e até mesmo da nossa casa. Reclamos tanto dela, mas é lá que nossa vida está alojada. Nossa vida é muito importante, logo o lugar que ela se encontra também é. 
Só que nem sempre temos tudo que queremos, certas vezes sonharemos com alguma coisa e quando abrimos os olhos vemos outra. Isso dá uma angústia sem tamanho. E a insegurança então? Ela é tão terrível, nem sei o que dizer dela. Ela vem, nos ataca e nos deixa com medo. Não gosto de medo, mesmo sabendo que sentimos muito dele. Ele está sempre conosco e parece ser tão devastador. Se soubéssemos o quanto ele nos faz crescer... talvez pariamos de tê-lo. Mas isso é impossível, todo mundo sente medo. Medo é comum! Não significa que deixaremos de lutar por apenas ter medo de enfrentar. 
Por trás de todo esse medo tem algo tão diferente e tão parecido ao mesmo tempo: a realização. A realização emocional ou física. Sabe aquele friozinho na barriga que você tem logo após fazer algo certo? Essa é a realização. Só que é difícil saber quando algo é certo... eu sei disso. Eu acho que na verdade nada é certo, as coisas só parecem ser menos erradas. E muitas vezes não sabemos distinguir, isso é normal, mas muito complicado. Temos que viver para saber se o que fizemos foi menos errado. 
Viver, que verbo lindo. Todos querem viver bem, ter momentos para contar aos netos e para quando tivermos 80 aninhos poder sorrir e dizer "eu consegui, eu vivi". Só que para tudo isso precisamos aproveitar coisas novas, não conseguiremos e não viveremos nada se ficarmos parados e pedindo sempre ajuda. Precisamos apenas de nós mesmos e da nossa força de vontade. 
Mas e quando estamos longe? Como vamos aguentar a saudades? Chorando e sorrindo logo após. Ou até mesmo olhando para o céu e vendo que o sol tem o mesmo tamanho em qualquer lugar que estejamos. Isso não é incrível?! Não parece que estamos menos longe de quem estamos pensando?! Eu acho. 
Alguns acham que passar por tudo isso e sentir todos esses sentimentos é muito difícil, mas no fim eles vão continuar sendo as mesmas pessoas, não irão crescer. Irão ser eternamente aqueles que não podem pensar que se algo não deu certo, eles nem, pelo menos, tentaram. Diferente de alguém que pegou a oportunidade, a enfrentou, viveu a aventura, passou por tudo isso e sobreviveu feliz por ter realizado tanta coisa sozinho...


(Esse texto é em homenagem à uma amiga muito especial que está longe por um ano... saudades, Má :]) 

Sonho egoísta.

terça-feira, 14 de setembro de 2010
Uma pessoa tem um sonho... ela não é a única. Junto com ela moram mais pessoas e elas também têm sonhos. Perto dessas pessoas moram outras pessoas que, de novo, também sonham em realizar ou ter algo. Os lugares que essas pessoas frequentam são frequentados por outras pessoas sonhadoras. Esses lugares fazem parte de um complexo de vários lugares aonde há pessoas e todas com um sonho.
Todo mundo sonha com algo. Todo mundo mesmo, às vezes até com as mesmas coisas que você. Seus pais sonham muitas vezes em você se tornar uma pessoa respeitável, educada, bem-sucedida e feliz. Seus irmãos, na maioria dos casos, apenas querem ser alguém na vida - igual você, eu suponho. Seus vizinhos sonham com alguma coisa que muitas vezes você nem deve imaginar o que seja e nunca nem vai ficar sabendo - mesmo eles estando tão perto de você. Seus amigos sonham com coisas que você até sabe o que seja, mas não tem ideia da intensidade. Seus colegas do dia-a-dia imaginam conseguir algo que você pode até ficar sabendo um dia, mas não dará muita importância - não te interessam mesmo.
A sua cidade está repleta de sonhos, logo seu estado, país e continente estão também. O mundo está cheio de pessoas sonhadoras, umas 7 bilhões mais ou menos. Já parou para pensar em quantos sonhos há perto de você?
Imagino que você não faz ideia de qual seja o sonho da maioria das pessoas que te cercam. Você realmente tem certeza que os seus avós sempre sonharam apenas em constituir família saudável? Será que eles não pensaram um dia sequer em serem pessoas totalmente diferentes? Em viajar pelo mundo, serem famosos ou até mesmo em quebrar padrões? Isso, igualzinho com o que você sonha. Olha que eles são de décadas antes de você. Mas sonhos são sempre sonhos.
E os seus amigos, hein?! Você pode saber que eles sonham em serem respeitáveis médicos, ótimos atores, excelentes escritores ou até mesmo apenas ricos. Mas você não tem idea do grau que isso tem na vida deles. Muito menos daquelas pessoas que você vê, sempre passam por você e trocam algumas palavras. Elas sonham também e como sonham. E aquelas que você não conhece? Elas nem existem se você nunca as viu, mas elas sonham e muito.
Alguém que mora na sua cidade, que você nunca viu na vida, sonha também. Até alguém de outra cultura e país sonham! Mas eles vivem tão longe de você, como você iria imaginar? Alguém de outra classe social também, nunca se esqueça disso. Eu sei, eu sei, nós nunca pensamos neles.
Um tailandês de 23 anos pode estar nesse exato momento se revirando na cama imaginando como será quando se formam na faculdade e uma criança miserável africana de 5 anos pode estar agora almejando o dia que terá um prato de comida, saúde, família estável e uma casa confortável, mesmo ela sendo apenas uma criança que deveria só querer brinquedos... sem você nem saber da existência delas e de seus sonhos.
Há tantas pessoas na sua vida e muito mais fora dela que não apenas sonham, mas vivem de variadas formas enquanto você está aí preocupado apenas com o seu sonho egoísta que parece ser o mais importante e difícil de se realizar e com sua vida simples que você acha ser a única do mundo. E nem ao menos percebe que você é apenas mais um que vive e sonha, não o único, nesse imensurável mundo de sonhos e vidas.

Inteligentemente sábio.

terça-feira, 7 de setembro de 2010
O abismo de diferença entre sabedoria e inteligência não é nada pequeno, como eu disse é um abismo. Mas as pessoas estão sempre confundindo uma com a outra e não percebem que elas são totalmente diferentes.
Em termos óbvios e simplificados, a inteligência não passa de uma técnica de ideias e estratégias, que uma pessoa que estuda o dia inteiro uma determinada matéria acaba se tornando inteligente sobre a mesma. É uma combinação de facilidade de captação com a facilidade de absorção, não envolve emoção alguma. Sabedoria já é diferente, é a mistura de ação com emoção. Resumo como sendo a consciência em ação, enquanto a inteligência é a consciência apenas planejando. É importante saber a diferença entre essas duas, elas são frequentemente confundidas e isso me incomoda um pouco. Talvez seja por observar diversas pessoas sábias que são julgadas injustamente como apenas inteligentes, ou aquelas inteligentes, tapadas, que são consideradas sábias, mas na verdade estão bem longe.
A inteligência é a capacidade de conhecer o mundo, tem a ver com conhecimento apenas, enquanto a sabedoria é o aproveitamento e análise do mundo, ela tem mais ou menos a ver com a felicidade - quando sabemos aproveitar o que tem em nossa frente, fica muito mais fácil de ser feliz. Não digo que inteligência não é importante, longe disso, ela que nos dá os meios para viver e explorar os universos desse mesmo mundo, mas somente tendo sabedoria que conseguimos ver o "por quê" das coisas, não apenas o "como".
Com certeza que com a inteligência conseguiremos avançar na vida. É através dela que conseguimos encontrar os caminhos para o nosso sucesso. Mas a capacidade de encontrar o motivo de fazer tudo isso é a sabedoria. As escolas de modo geral não nos ensinam a ter sabedoria, apenas inteligência. Somos ensinados a absorver conhecimentos e informações apenas, não a achar o motivo de estarmos fazendo isso. O que é péssimo. Preferia mil vezes aprender como ser sábia do que como resolver um exercício de física que não sei para que usar na minha simples vida.
Os antigos sabiam diferenciar bem uma da outra, costumavam dizer que "Os homens inteligentes sempre fazem, mas os sábios sempre procuram a melhor forma de faze-lo". Em termos filosóficos a sabedoria preza os meios antes que os fins, ou mesmo reavalia os fins diante dos meios oferecidos. Deu para entender? Espero que sim. E você? O que você é? Inteligente ou sábio? Espero que você não saiba a resposta, ai só assim terá os dois. No fim, concluímos que o importante é ter os dois, ser inteligentemente sábio.

Busca incontável.

terça-feira, 31 de agosto de 2010
Não sei exatamente quem sou eu, muito menos quem eu sou - não pense que foi redundante da minha parte, não foi; use sua imensurável capacidade interpretativa que entenderá. Quando penso em mim, não sei sobre o que pensar e quando falo de mim, não sei em que ou quem me baseei. De onde vem minhas crenças, meus valores e minhas vontades? De onde vem minhas palavras e meus pensamentos? Não sei; algo curioso, posso te dizer de primeira. Tenho medo de chegar em conclusões de ser alguém que apenas acho que eu sou, já se sentiu assim? Pensar que você não é exatamente quem você acha que você é? Eu já, diversas vezes. Percebo que às vezes exprimo tanto ser uma pessoa que acabo me transformando nela. Preciso me encontrar, entender o que eu penso e o que eu falo; seguir os caminhos vazios e ignorados que me levam à uma profunda análise sobre a pessoa que digo ser eu.
Não sei o quão dramático e existencial esse texto está parecendo, mas de vez em quando essa dúvida toda me arrebate e sinto uma necessidade enorme de me definir. É como se fosse uma estrada sem fim em que tudo parece distante e incessantemente desgastante. Perdi as contas de quantas vezes passei por essa situação e só consegui chegar à mais dúvidas; só que sinto que cada vez, com mais dúvidas, mais eu amadureço. Quem sabe o amadurecimento chegue à uma resposta? Eu pensava assim antes, não acredite nisso, por favor. Ao contrário do que as pessoas estão acostumadas a dizer, o amadurecimento não te trará o mar de respostas para suas perguntas sem fim, só trará perguntas mais difíceis que te fará esquecer daqueles questionamentos cândidos que você se preocupava tanto antes, como uma simples pergunta de quem você é.
Voltando ao assunto de quem eu sou... talvez eu seja só mais alguém pensando no que é o próprio ser, que não chega à uma resposta, já até mudei várias vezes de opinião! Quando eu era mais nova, menos de  um metro e cinquenta, pensava que eu era uma super heroína que só faltava um chamado dos Deuses mitológicos para salvar o mundo. Ridículo, eu sei. Não me culpe, culpe os diversos desenhos animados que ocupavam minhas tardes. Quando cresci pensava que eu era parte de alguma história fictícia, às vezes acredito nisso até hoje. Ao enfrentar um problema paro e penso se realmente estou vivendo isso.
E agora? Quem eu sou? Poderia me definir superficialmente como alguém nas vésperas de se formar no colegial e entrar para uma faculdade. Mas como eu disse antes, talvez seja apenas o que eu penso que eu sou. Eu posso ser muito mais que isso, ou muito menos. Como disse uma vez Augusto Cury "há muitos anos me pergunto quem eu sou. Quanto mais me pergunto, menos sei quem sou. O que eu penso que sou não é o que eu sou".
Enquanto espero todos esses anos passarem para menos eu descobrir, irei continuar nessa busca, mesmo sabendo não haver resposta. Gosto dessa busca, me dá uma animação para pensar. E no meio tempo continuarei mantendo meus segredos ocultos no meu íntimo, minha fragmentação idealista nas pontas do meu incosciente e os devaneios presos no futuro - ou o que eu espero que o futuro seja. Acho que nessas últimas três linhas consegui finalmente me desvendar, talvez eu seja isso: o esconderijo de sonhos infinitos. Ou melhor, não concluí nada, porque ai eu finalmente pararia de buscar, pensar e o pior: escrever. Então continuo sendo essa pessoa inloquente, incoerente e indefinida, assim é melhor.

Viver e imaginar, imaginar e viver.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010
Eu imagino muito, acho que, na verdade, imagino tudo. Chego a um ponto de sair desse mundo de matérias e viver em um imaginado. Esqueço da minha existência - e da de todo mundo - e lido somente com a essência de tudo. Muitos não devem entender do que se trata, estão presos demais nas bases concretas. Outros até entendem, mas me julgam ultra romântica. Talvez eu até seja, quem sabe?!
No fundo, a maioria considera não viver no mundo real algo errado, mas quem disse o que é certo ou errado? O meu certo não é certo para você, o que torna tudo um mar de infinitos questionamentos que só chegam a uma resposta: o talvez. Tudo é talvez, tudo mesmo. Mas como essa certeza é certa e não errada? Então me corrijo, talvez tudo seja talvez.
Essa conclusão sobre o talvez retoma o assunto inicial, é uma imaginação de resposta. É tudo imaginado mesmo. Todas as coisas se resumem, para mim, a uma distorção de fatos e futuros fatos que agradam meus pensamentos, anseios e carências. Uma maneira simples de observar o que me rodeia e o que me faz rodear.
Imagino basicamente um novo mundo. Um sem razões, falsidades, julgamentos, pecados, extrapolações - apenas a de ideias, capital e disputas pelo mesmo. Sem inferno e sem superioridade - apenas o céu acima de nós. Todos sujeitos ao mesmo patamar imaginário; um lugar que o que conta é, somente, a capacidade de imaginar. Tudo isso apenas pelo fato da imaginação ser a única coisa que é só nossa e depende apenas de nós. Ninguém nos dá, nos tira, compra, consegue e influencia. Classe social e mediocridade não interferem; não há desculpas para a imaginação. O único lugar que todos os seres humanos são iguais, não há superiores, inferiores e toda essa hierarquia hipócrita.
Considero o maior poder, o de imaginar. Imagino tudo e todos e sempre irei, até o fim, ou até mesmo depois disso. A imaginação não acaba; não tem fim; não morre. Ela irá permanecer em todos os meus feitos, como resquício do que algum dia a mesma já foi e continuará ser até que eu me convença do contrário. Enquanto isso não acontece, continuo imaginando o meu mundo e quando sobra tempo, presencio esse real que todos nós pertencemos.

Sentados e esperando.

domingo, 25 de julho de 2010
Todo mundo é mal compreendido. As palavras morrem em nossa boca e nunca saem dos pensamentos, ninguém nunca nos entende. Parece que tudo está sempre errado, ou seria o errado o certo? Para sempre estar errado? Não sabemos; o certo e o errado não se diferenciam mais para nós. Sempre sentimos que não há mais caminho a percorrer para que possamos passar por cima de tudo. E assim, continuamos sentados apenas esperando o mundo mudar. Sentados e mal compreendidos. Vamos sempre continuar nessa espera, não fazemos nada para mudar o caminho - ou apenas arranjar um. Vencer é tão difícil, então continuamos esperando. Sempre essa eterna espera. Fica no ar aquela interrogação vazia, provocada pela ausência de alguma explicação. Passam dias, semanas, meses, anos e séculos, e ainda estamos esperando. Ideias vão e voltam turbinadas de emoções latentes, mas ainda não nos levantamos do nosso lugar, esperamos - inultilmente - o mundo, ou apenas o que nos rodeia, mudar... sozinho.
A eterna busca do "por quê"ou até mesmo as causas que tentamos explicar. Na realidade somos um nada, pois não conseguimos explicar as diversas dúvidas do mundo por quaisquer motivos que aparecem. Às vezes queremos até que o mundo nos responda, continuamos sendo uns nada. Imagino um lugar do qual não esperamos a luz da resposta, mas buscamos a iluminação. Só que sei que não é assim, muito menos há a luz ou a fonte da mesma - nós nem nos preocupamos de viver na escuridão. Mas não há o que mudar, sempre seremos mal compreendidos e confusos, sentados nos nossos próprios confortos esperando que algo algum dia apareça e tire nossas dúvidas. Não iremos atrás. Para que ir? É mais fácil esperar não é? Do que buscar? Não sei, não entendo os humanos e suas verdades, só estou esperando a resposta chegar.

Desabafo.

terça-feira, 6 de julho de 2010
Em pleno século XXI, o esperado seria ter uma vida melhor e mais fácil com toda essa inclusão digital que era inexistente nos séculos passados. Esperava-se uma revolução de valores e pensamentos junto com a tecnologica, mas para uma garota de 16 e 17 anos nada muda o século que estamos ou o que possuímos como meio de comunicação. A sociedade ainda é a mesma em seu projeto bruto, as regras morais ainda estão impostas e ainda somos sujeitas à toda essa burocracia machista. Temos que já com essa idade pensar em um futuro promissor que trará um bom marido e filhos para criar. Somos mal vistas se nos divertimos em uma noite, se jogamos todos os problemas ao alto e apenas pensamos no momento; não podemos dançar como se fosse a última música guiadas pelo efeito do momento e da pouca idade, que passam pelas nossas veias destacando nossa juventude e ingenuidade. Não, não podemos. Temos que ser garotas de família comportadas pensando em um futuro. Mesmo sabendo que talvez não haja um amanhã.
Estamos em uma idade em que tudo é novo e antigo ao mesmo tempo, estamos na época de nos descobrirmos. Também não aprovam suas escolhas se não renderem um bom emprego e uma boa faculdade. Queremos ser felizes; queremos fazer a diferença; mostrar nossas forças para todo mundo que possa escutar o grito da nossa alma e o almejo dos nossos olhos, sedentos por felicidade. Desejamos ser boas no que queremos fazer, chegando a um ponto que o menor dos nossos problemas é namorar. Estamos preocupadas apenas em conseguir o que queremos, mesmo que para isso precisamos lutar contra tudo e todos. Não é pedir demais. Não é muita coisa querer sentir o frio de uma noite de inverno em uma estação de sonhos; querer correr pelo deserto do futuro sentindo as rajadas de calor do destino. Temos essa cabeça aberta para o que queremos diferente das que nossas avós tinham, por que não aproveitar? Por que a sociedade é tão contra e é tudo tão difícil? Preferem um mundo bloqueado de qualquer opinião alheia do que um composto pelos momentos da nossa vida, aromado pelos nossos suspiros e pensamentos e para ser vivido a partir do que queremos.
Mas isso são apenas pensamentos de uma adolescente em crise, não é?! Sim, é o que todos dizem mesmo. Todos estão errados. Querer viver a vida contra o desejo dos outros e não se submeter a essa pressão da sociedade é o direito, não só de qualquer garota, como garoto também. Lembre-se que ser diferente não é a mesma coisa que fazer a diferença. E eu quero fazer a diferença, vou viver a minha vida; vou viver meus valores; vou colorir o meu mundo do jeito que acho que deve ser e não vou ligar para nada; só quero ser feliz do meu jeito sabendo que talvez não haja um amanhã. Tenho idade para isso e vou aproveitar.

Olhando para trás.

quinta-feira, 1 de julho de 2010
Todo acontecimento desperta uma descoberta, talvez uma descoberta boa ou até mesmo ruim.  E apenas a necessidade intensa de descobrir faz com que o acontecimento ocorrido seja levado a sério. Essa parte fica inerente a cada um, se fosse qualquer outra pessoa no meu lugar, aquele dia poderia não ter gerado o que gerou e não fosse descoberto o que eu descobri. Minha descoberta vai além de qualquer espaço físico, estou dizendo da descoberta emocional, é basicamente descobrir-se com lucidez para finalmente poder encarar o que o futuro estava me propondo. As verdadeiras descobertas - que terão sentido em sua vida - são dadas ao acaso, e vão além da ciência, são mais vulgares. Elas consistem basicamente em ver o que a vida mostra e tomar atitudes que ela jamais quis te dar de primeira. Nunca te disseram que a vida é egoísta? Ela quer para ela algo que é inteiramente seu. Só basta a sua paciência para conseguir esse algo, vontade todos têm. A paciência é mantida pelo sonho. Se eu não tivesse o meu sonho bem estruturado em cada canto do meu corpo, talvez eu não tivesse paciência para conseguir me descobrir. 
Eu sempre soube claramente que eu só tinha uma chance de fazer tudo dar certo. E eu tive vontade o bastante para fazer essa chance ser desejável, apesar de todas as vezes que cogitei a ideia de desistir. Mas as dificuldades só me fizeram forte, pois minhas lágrimas que tornavam minha chance de realizar o meu sonho, totalmente relutante e humano. Ninguém nunca disse que ser um humano é fácil, e não é de facilidades que nossa vida é feita, ai não teria o doce de sentir os obstáculos serem vencidos pela esperança.
Sempre nadei contra o fluxo. Não ia à favor do que tinha no meu caminho; eu atravessei barreiras, não só as de terra, mas as invisíveis. As invisíveis são as piores; às vezes são mais visíveis que todas facilmente vistas. Ainda bem que minha esperança de me tornar quem eu realmente queria ser, não escutava as demais vozes, muito menos as vozes que comandavam a pequena terra da qual fui criada. Na verdade comandavam toda a união de diversas terras que me rodeavam.
Eu aprendi a fazer o melhor do que as oportunidade que eram me entregues de bandeja. Eu fiz o meu caminho. Eu chorei, me machuquei, tentei sempre e busquei minha tão almejada felicidade. Certa vez me disseram para sonhar o que quisesse e ir para onde eu quisesse. E eu sonhei e fui. Obrigada por me dizer isso, vida. Você realmente entende das coisas.

Nostalgia.

domingo, 27 de junho de 2010
Tive uma longa conversa com o meu passado. Ele estava acanhado e apenas me mostrou um retrato; um retrato meu que estava guardado, estava preto e branco quase desbotado. O meu coração tremeu, meu corpo se remexeu e meus olhos ficaram úmidos. Olha o que você fez comigo, passado. A foto mostrou que eu esqueci do perfume do ambiente em que aquela foto foi tirada, esqueci do que eu estava pensando naquele momento em que eu sorria, esqueci até de quem estava junto. Esqueci de tanta coisa que foi tão importante para mim. Tudo isso foi a razão do meu sorriso gigantesco refletido na pequena fotografia. Como posso esquecer de tais coisas, passado? Como você fez isso comigo? São coisas que parecem tão irrelevantes em nossas vidas, mas fazem tanta diferença. Esses pequenos detalhes que fazem nossa vida ser o que é.
Palavra alguma explica qual é o sentimento de se deparar com o passado, mesmo que seja por uma fotografia. Muitos dizem não sentir nada, não os entendo. A dor fica atada, mesmo sendo fraca, fica atada. A dor de ter esquecido algo que eu tanto queria lembrar. Faltava vida em cada canto do meu corpo, mas tinha tanta na foto. Eu estava me sentindo abreviada, sem brilho algum.
O vazio me dominava, e domina ainda. O vazio encobre até o céu, e esconde dos meus olhos a lua. A lua das memórias, a lua das lembranças. Ah, passado, olha o que você fez. Ouço um pequeno grito, o grito que eu já conheço. É o grito da impotência, eu queria poder lembrar de tudo que já me fez feliz algum dia. Não estou te culpando memória, você não tem culpa, é só mais uma vítima como eu.
Todas essas pequenas coisas que acontecem em nossas vidas é que fazem nossas vida acontecerem. Como conseguimos viver sem essa parte? É como se faltasse algo, a razão por sermos quem somos. Nós nunca sabemos quem somos porque nunca lembramos quem já fomos. E nesse presente tão ligado com o passado, eu experimento o amargo da falta de memória, o amargo sumo.
Mas o que me conforta é que no fundo, nesse tempo que vai longe, sempre temos dentro de nós o nosso passado que de vez em quando aflora e se abre para nós. Aquele passado que ainda carrega o mesmo fascínio latente no peito que temos desde sempre, isso nunca é apagado. É só preciso de uma fotografia ou algo do tipo que é trazido de volta todo esse sentimento nostalgico que nos faz lembrar quem realmente somos e o por que de sermos quem somos. Olha o que você faz com nós, passado.

Grito de socorro.

sábado, 19 de junho de 2010
Almas apagadas, corpos ativos. 
Corações iludidos, sentimentos fugitivos. 
Razão alada em uma esperança desesperada. 
Quase desaparecida, cadê você esperança?

Oh, Deus, até quando essas almas irão se apagar? 
E esses corpos lutar? 
Os corações se iludirem? Já pensou em parar com isso? 
Com isso, por isso e disso, vejo esses sentimentos fugirem. 

Não fujam sentimentos, meus sentimentos. 
Olhos ensaguentados pela falta de razão. 
Esperança morta por um canhão.
Talvez até dois ou três, são muitos de uma só vez. 

Oh, Deus, até quando essas almas irão se apagar? 
E esses corpos lutar? 
Os corações se iludirem? Já pensou em parar com isso? 
Com isso, por isso e disso, vejo esses sentimentos fugirem. 

Sentimentos de paixão? Não conhecem não. 
Aqueles que brigam são irmãos de fé, corpo e coração?
Não lembram disso não. 
Até onde você consegue ir coração? 

Foram cegados por capital. 
Ou talvez o petróleo, até mesmo o gás natural. 
Você consegue acreditar nessa ausência de razão?
Não. 

Até onde isso irá? Você sabe?
Ninguém sabe. 
Quem sabe anos, ou nunca. 
Até onde o corpo aguentar, a alma não mais se junta. 

Oh, Deus, até quando essas almas irão se apagar? 
E esses corpos lutar? 
Os corações se iludirem? Já pensou em parar com isso? 
Com isso, por isso e disso, vejo esses sentimentos fugirem. 

Não irão entender que da vida nada se leva?
Apenas se leva a vida. 
E isso importa?
Eles querem a vida morta. 

José Saramago, morre uma inspiração.

sexta-feira, 18 de junho de 2010
Morreu hoje, 18 de Junho de 2010, José Saramago. Mais especificamente, José de Sousa Saramago; nascido em Azinhaga, 16 de Novembro de 1922. Foi escritor, argumentista, poeta, jornalista, dramaturgo e inspiração. Sim, inspiração. Recebeu o prêmio Nobel da literatura. Ele foi simplesmente o homem responsável pelo reconhecimento internacional da língua portuguesa. Uma verdadeira inspiração.
A maneira inovadora de escrita, misturando as falas dos personagens com o próprio parágrafo, o que nos dá aquela sensação de surrealismo; as reflexões, o tudo, tão originais, tão renovadores, tão José Saramago.
Inicou-se quieto, com a "Terra do Pecado" (1947) - o esboço do desejo de uma nova sociedade com a mulher libertada - e chegou nos cinemas internacionais (2008),  Fernando Meirelle na direção, com sua obra avassaladora "Ensaio sobre a Cegueira" (1995) de base - o livro que nos faz enxergar a humanidade frente ao caos. Uma verdadeira, e inacreditável, inspiração.
As obras de Saramago nos transportam a um mundo paralelo em que podemos nos enxergar de perspectiva; nos criticar; nos avaliar. Suas inúmeras e - na minha opinião - maravilhosas obras possuem aquela verve ácida e sútil. Uma total inspiração para aqueles que bebem o tudo que a sociedade nos oferece e cospem as reflexões do rumo que a mesma está levando aos poucos.
Muitos o criticam com teses religiosas sobre sua postura diante a Igreja católica e às demais religiões, no qual afirma ser tudo um puro cinismo. O maior erro da sociedade é injetar Deus em todas as discussões alegando ofensa. Mas não entraremos nesse assunto, religião é algo frágil de se discutir. A inspiração comentada é Saramago agora.
Por essa forte perseguição tanto da Igreja como dos próprios católicos, e com a publicação de "O Evangelho Segundo Jesus Cristo" - que foi censurada pelo governo português - exilou-se em Lanzarote, aonde viveu até hoje.
Saramago, seguindo suas próprias ideias e sugestões aplicadas nas magníficas obras, teve forte influência também na política. Em 1969 aderiu ao partido comunista e participou em 1974 na Revolução dos Cravos, que acabava com a ditadura de Salazar. E ainda sim há pessoas que não o consideram exemplo de vida, de defesa de ideias e de, mais uma vez, inspiração - hei de repetir essa palavra diversas vezes ainda.
Em 2008, saiu em defesa do escritor e poeta nicaraguense, Ernesto Cardenal, marginalizado e perseguido pelo regime sadnista. Se remetendo contra o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, a quem acusou de ter má consciência e de não fazer juz ao seu passado revolucionário.
E por fim, dessa pequena retrospectiva de uma vida maravilhosa, no começo do ano relançou seu livro "A Jangada de Pedra" em uma nova edição que convertia todo o valor recebido pelo livro em ajuda para o fundo de ermegência Cruz Vermelha para ajuda ao Haiti.
Mas todas essas revoluções e esses anos de vida não são o que verdadeiramente importa; o importante é a mensagem deixada nas entrelinhas. A forma de crítica nos ensinada e a visão controversa do que chamamos de sociedade. Me ataque por eu ter minhas veias revolucionárias, mas não negue a verdade presente em cada letra desse pequeno texto. E a inspiração.
Diversas inspirações já nos deixaram de luto literário, para não citar os globais, com coração arrebentado e cegos da realidade. Douglas Adams, Franz Kafka, Jorge Luis Borges, o incomparável Shakespeare, Clarice Lispector, Albert Camus, Camões, Gregório de Matos, Machado de Assis, Mary Shelley, entre inúmeros outros! Eu poderia ficar horas e horas citando todos. São tantos que marcaram a literatura, a história, o mundo!
Agora o mundo terá que aprender a viver sem você, Saramago. Sem o grande homem que era, sem as ideias, sem nada. Mas temos suas obras em que, por palavras, eternizaram sentimentos, reflexões, perspectivas e inspirações. A minha amada inspiração.
Prometo cuidar para que a sociedade não fuja do que você tanto lutou para conseguir implantar em nossas cabeças.
Se precisar irei até as estrelas para contar-lhe. Eu sei que lá é aonde você está, junto com todos os outros citados. Seu brilho, assim como as estrelas, nunca irá se apagar mesmo depois de falecido e irá ser visto por todos depois de tantos e tantos anos. Você é uma inspiração eterna, de vida, de ideias e de brilho.

Essa pequena homenagem é com carinho de uma grande fã de apenas 16 anos que o mínimo de noção que tem do mundo é graças às suas obras e tantas outras guardadas na minha escrivaninha, meu altar sagrado. Minhas inspirações que mesmo mortas, nunca serão esquecidas e, sim, sentidas.

Folha frustrada.

quarta-feira, 16 de junho de 2010
Queria escrever alguma coisa, algo que reivindicasse os valores impostos, mudasse opiniões, ou destruísse o senso comum. Mas não consigo. As palavras dentro da minha cabeça se misturam formando um emaranhado de pensamentos. Meus dedos, ao juntar essas letras formando palavras, querem gritar ao mundo - ou apenas a quem está lendo - algumas verdades e todas as revoltas. Mas meus dedos estão calados, quietos e imóveis. Tento não pensar que é uma mostra de fraqueza ou que é apenas uma falta de criatividade. Pensar nessas possibilidades me assusta, eu quero escrever.
Quero preencher todo esse largo espaço em branco com os meus valores, minhas crenças, meus amores e até minhas dores. Só que eu não consigo.
A pressão do pensamento me sufoca; tenho que escrever, mas não consigo suprir minhas vontades, muito menos minhas necessidades.
Quero escrever coisas que vão mudar o mundo e o rumo de tudo; só quero, pois não consigo. É mais forte do que eu toda essas frustração e sensação de incapacidade, dói em cada canto do meu corpo, e da minha alma, que estou aqui, na ativa, escrevendo, e no fim, não escrevi nada. Nada que possa realmente ser lido e refletido.
No fundo, somos influenciados pelos pensamentos externos mesmo! Nossa transcedência sempre tem uma vogal ou outra que não é nossa, ela foi imposta!
Nós escrevemos e, involuntariamente, colocamos palavras, letras e frases do senso comum; o senso comum somos nós. Cada letra que nos obrigam a escrever, é uma parte nossa. É triste pensar que mesmo que eu me esforce, minhas palavras não farão efeito, nem nas folhas dos outros, nem na minha própria folha - a que mais importa. Oras, não gosto de palavras externas e condensadas nas minhas frases! Ou você gosta?
Queria escrever em caixa alta para quem puder, ou quiser, me entender. Mas não consigo, só consigo preencher minha folha com ideias inúteis que ninguém irá ler, muito menos me escutar.
Escrevi, escrevo e ainda irei esrever, porque é assim que tem que ser. Quero escrever do meu jeito fazendo palavras de efeito, mas não consigo, ninguém me lê. Quero viver do eu jeito fazendo atos de efeito, mas não consigo, ninguém me vê.
Essa folha é só mais um desabafo por todas as outras folhas que escrevem, escrevem e escrevem e não escrevem nada. Os pensamentos externos, as orações ordinárias, entram, influem e apagam mesmo.
No fim, não importa quantas palavras escreveu ou quantas frases formou, será ainda só mais uma folha, como outra qualquer.
Escrevo com entusiasmo e amor, e ninguém lê. Vivo com intensidade e sonhos, e ninguém vê. Eu não me faço vista, não há como se fazer tal no meio tantas paisagens mais interessantes. Serei sempre só mais uma folha entre tantas em uma grande folhagem. E quem se importa? Sou só uma folha desinteressante e frustrada.

Pessoas.

terça-feira, 15 de junho de 2010
Eu tenho sorte por conhecer pessoas incríveis, em que eu ouso chamar de minhas.  Sim, minhas. As minhas pessoas. De tudo que eu já vivi, já tive nessa vida, de tudo pelo que eu passei o que eu mais gostei foi das minhas pessoas.
Elas surgem dos lugares mais inimagináveis e entram na minha vida de uma maneira surreal, só muda o grau da surrealidade. E vão contra todas as minhas expectativas - pelo meu forte defeito de sempre julgar alguém antes de conhecer - elas sempre me supreendem ou de uma maneira boa ou ruim. Não importa, elas me surpreendem. Usar a palavra "diferenças" nunca soou tão "encaixável" em um pequeno texto em um blog totalmente despreocupado com as preocupações. São essas diferenças que encontramos nas pessoas que passam pelas nossas vidas que formamos cada pontinha de nós. Desde sua mãe até o caixa do super mercado; todos fazem parte de você. O que seria de você sem essas pessoas?
Não soa atraente saber que não há ninguém igual a você? As diferenças das pessoas pode parecer tão desimportante que ao mesmo tempo é o que faz a mágica de só você ser você existir em nós.
Aprendemos desde o mínimo com as pessoas. Ai, como eu amo as pessoas. As minhas pessoas.
Todos que passam por minha vida constroem um pouco de mim. Há, claro, aqueles que me atraio mais, mas nada tira o fato que o mendigo, que mora na esquina da minha casa, que  todo dia vem  me cumprimentar também não faça parte do pouco que eu sou. Sem ele eu não ia conseguir entender o que é realmente miséria e como no fundo eu sou feliz nessa minha vidinha boa-desinteressante-confortável.
As minhas pessoas são todas que algum dia já receberam ou um sorriso ou um olhar de reprovação meu. Não me importa agora de quem eu sou emocionalmente compátivel ou não, não é disso que estou falando. Estou falando das minhas pessoas no metafísico. Todas são minhas; todas são eu de uma certa forma; todas as pessoas que passam pela minha vida deixaram um pedaço delas em mim para que no futuro eu possa olhar para trás e ver que o pouco que eu sou é alguma coisa.
Graças às minhas pessoas - que ouso dizer que são os maiores e mais atraentes mistérios da natureza a serem desvendados.

Extrema futilidade.

sábado, 12 de junho de 2010
Domina o seu ser e o seu nada ser, a futilidade fria, extrema e condensada na vida. A vida vazia, a vazia vida. Quando partir, não levará nada mesmo, para que isso? Nem esse egoísmo narciso que eu, particularmente, chamo de futilidade suprema. Lembre-se que isso não me afeta e nem a ninguém, apenas a você. Só você sai perdendo com essa futilidade extrema por não conseguir se identificar como ser nesse mundo vazio repleto de pessoas exatamente como você. Mundo de sofrida vida fútil que o que importa é o Eu, não o Nós; que o que importa é o que eu tenho não quem eu sou. Mundo que não envolve emoção nem razão. O ser fútil é uma demonstração de um ser não real, apenas estereotipado alheio ao mundo e a qualquer noção que rege o tudo. Mas nosso mundo é vazio mesmo; não conseguimos seguir nem com a nossa pequena razão alijada dessa extrema futilidade. Aquela futilidade que está compactada no drama das vidas alienadas e despreocupadas. 

Música.

segunda-feira, 31 de maio de 2010
A música é o maior mistério do mundo. Como combinações sonoras e melodias resultam naquilo que eu, e muitos outros, não conseguem passar um dia sem ouvir? Independente da letra, do tipo musical ou até mesmo da batidas, só é preciso que haja aquele efeito no corpo. Aquele que fará você mudar de sensação, passando para um mundo paralelo. Aquele que colocará um sorriso em seu rosto, ou até mesmo lágrimas nos olhos. Aquele que fará suas pernas sairem dançando a cada compasso do rítimo. Aquele que, com certeza, é o melhor curativo para qualquer ferida emocional.
Depois de anos de contubardas mudanças musicais, os anos 60, 70, 80 e até o 90, o mundo esqueceu o que é musica - exilando os poucos que ainda se salvam. Música não é qualquer grito, ou qualquer palavra dita em um rítimo que não combina, que não transmite efeito nenhum, nenhum mísero sentimento. Não é preciso apenas ter um rosto bonitinho para se tornar músico. É mais que isso. Me sinto ofendida pelos grandes nomes da música que são obrigados a terem a mesma profissão que muitos que não batalham para conseguir. Nomes como, Elton John, os próprios - e meus amados - Beatles, Eric Clapton,  Creedance Clearwater, Led Zeplin, Cazuza, Cássia Eller, Janis Joplin, Aretha Franklin, Michael Jackson, U2, Rolling Stones, Rita Lee, Chico Buarque, Etta James, Bob Marley, entre inúmeros outros que possuem o grande reconhecimento que tem do mundo. Não precisa gostar da música deles, mas é preciso que saiba reconhecer o que eles foram e o que eles são para o mundo.
Vivo em um lugar em que o sentimento musical, de revolta, de paz, de amor, de ódio, de ilusão e de desilução deram lugar para palavras sem nexo jogadas no ar. As letras são sempre as mesmas, os acordes variam entre C e D, nada mais que isso. Nenhum sentimento de satisfação, nada.
Não posso os culpar, estamos localizados em uma década de nada de importante à história. Nada mesmo. A música é a expressão do que sentimos e do que estamos vivendo. Quando não há nada de novo acontecendo, não há sobre o que cantar, além de "Como eu te amo baby baby" "Vem ser minha yeah yeah" "Sou foda, me adora".
Me envergonho de que no futuro irei contar de como as músicas da minha época não transmitiam sentimento algum, apenas uma ou outra que faziam sentir algo diferente, nada além disso. Cresci ouvindo histórias de como Chico Buarque, Caetano e Milton cantavam contra a ditadura para as pessoas, para a própria liberdade de expressão, para quem pudesse escutar o grito de socorro deles. No futuro irei contar que como Cine queria ser completado por uma garota radical, como Créu chegava na velocidade número 5, como a Dança do Quadrado tinha diversas variações, como Restart tinha uma família que era uma puta falta de sacanagem, como Justin Bieber era um Baby baby ooh, como todas as bandas disputavam em quem falava mais besteiras e mais letras melosas, como eu vivi em uma época que não contribuiu em nada para a expressão da sociedade,  como me sinto mal por isso e de como eles não tinham sobre o que cantar, já que o mundo estava cada vez mais monótono e perdido.
Não serei hipócrita de negar que escuto - e até gosto - de músicas que tocam nas rádios. Gosto sim,  escuto sim, mas sei perfeitamente a distinção de música que levarei no meu mp3, mp4, iPod, o que for, e de música que levarei pra vida. Com toda a certeza de que se você procurar em todas as rádios do mundo inteiro, você não irá achar música para levar para a sua vida. Se achar, me avise que eu apago toda essa meia hora perdida digitando de como a música perdeu seu verdadeiro sentido para ser algo totalmente irrelevante.

Maior segredo.

quinta-feira, 27 de maio de 2010
Sou romântica. Sim, eu sou. Não digo romanticamente romântica, apenas romântica. Não estou alegando o amor perfeito, de querer sempre demonstrar os verdadeiros sentimentos e aprovar qualquer mínima ação que demonstre afeto. Certamente não é assim. Digo no fato da idealização, idealizo tudo. Tudo mesmo. Vivo em uma constante disputa entre os fatos reais e os imaginados; chegarei em um dia que não saberei mais distinguir. Temo por esse dia. Não quero que meus pensamentos, minhas ideias, minhas imagens, o fundo do fundo do meu subconsciente se tornem reais. Quero guarda-los para sempre, em um lugar aonde só eu posso ter acesso. Os meus maiores segredos.
Compartilho palavras, fases, momentos, risadas, entre tantas outras coisas da vida, com muita gente, mas nunca chegarão ao ponto de saber o que realmente se passa dentro da minha cabeça. O lugar aonde o trama acontece, se misturando com a imaginação e com o real, desenvolvendo um mundo paralelo meu, só meu. 
Gosto de imaginar do meu jeito, da minha maneira, de uma forma que só eu consigo e me entendo. Distorço cada palavra dita, cada imagem vista, cada sentimento sentido, para ficarem apropriados a mim. Alguns veem como erro, mas eu vejo como certeza. A certeza de que o mundo que vemos e vivemos pode realmente ser bom, é só preciso da imaginação. Do romantismo. Pré-socráticos que caiam em cima de mim, não ligo. Vivo no meu mundo romântico aonde tudo tem sentido, tem um porquê. Um mundo em que não irei compartilhar com ninguém, o mundo da inteligência subconsciente, a imaginação. 
Estou aqui representando cada um que guarda como maior segredo os pensamentos. Sei que são muitos, não me julgue egocêntrica. Mas se quiser, pode julgar, a imaginação é sua. 

Vida.

quarta-feira, 26 de maio de 2010
A fotografia eterniza momentos; as palavras, sentimentos; os videos, movimentos. A fotografia nos traz nostálgia; as palavras, magia e os vídeos, alegria.
Alegria de algo guardado, magia de algo praticado e nostálgia de algo relembrado.
A fotografia das palavras formam a poesia; as palavras dos vídeos, melodia; os vídeos das fotografias, sinestesia.
Momentos dos sentimentos. Sentimentos dos movimentos. Movimentos dos momentos.
Momentos de nostálgia, de magia e de alegria.
Sentimentos nostálgicos, alegres e mágicos.
Movimentos de sentimentos nostálgicos e alegria dos movimentos sentimentais.
De poesia, melodia e sinestesia eu levo a minha vida, que é eternizada pelas fotografias, expressa pelas palavras e movimentadas pelos vídeos dos meus momentos.

Me pergunte e direi.

segunda-feira, 24 de maio de 2010
Me pergunte sobre conhecimento, e direi que só conheço o que está perto. Me pergunte sobre sabedoria, e direi que acho que tenho-a toda, não devo precisar de mais. Me pergunte sobre amizade, e direi que tenho pouca. Me pergunte sobre amor, e direi que não amo. Me pergunte sobre felicidade, e direi que nunca tive. Me pergunte sobre futilidade, falsidade e desigualdade, e direi que já vi de monte. Me pergunte sobre paz e harmonia, e direi que nunca vi. Me pergunte sobre os problemas do mundo, e direi que não são problemas meus. Me pergunte sobre valores, e direi que não conheço. Me pergunte se respeito os mais velhos e as diferenças, e direi que não. Me pergunte sobre preconceito, e direi que todos têm um pouco. Me pergunte se eu respeito o meu corpo, e direi "para quê?". Me pergunte sobre o dia-a-dia, e direi que reclamo. Me pergunte sobre a natureza, as flores e o mar, e direi que estão muito longe de mim, obrigada. Me pergunte sobre as cidades, e direi da poluição. Me pergunte todas as marcas e modas, e responderei todas, uma a uma. Me pergunte sobre dinheiro, e direi que anseio. Me pergunte sobre família, e direi que quase não vejo. Me pergunte sobre poder, e direi que quero. Me pergunte sobre a vida, e direi que não sei viver. Agora, me pergunte se sou mais um humano desprovido de qualquer capacidade sensitiva, em um mundo insensível, fútil, infeliz e bélico, e direi que sim.

Sentimentos e expressões.

sexta-feira, 21 de maio de 2010
Sentimentos e expressões; é o que eu quero. Cansei de viver na lógica, quero o imprevisível. Sentimentos e expressões. Números não são nada quanto aos sentimentos, palavras desaparecem ao som das expressões. Sinto o olhar de reprovação, não posso ter sentimentos e expressões, preciso ser insensível e inexpressível, é o que querem. Não quero; gosto de sentimentos e expressões, eles são meus amigos, meus companheiros, meus porto-seguro em um mundo em que a insensibilidade procede os sentimentos e as expressões. Sentimentos e expressões; duas palavras, quinhetos significados. '

Cansei.

terça-feira, 18 de maio de 2010
Estou cansada. Cansada de ver, de sentir, de pensar e de parecer. Cansada do que me rodeia e o que me faz rodear. Cansada de não saber para qual estou vivendo cansada. Estou cansada de pensamentos e de ideias. Cansada de porques e talvez. Estou cansada de estar cansada, porque estar cansada, cansa. E cansando eu estou mais cada dia. De longe avisto a calma, longe da canseira, que me sorri.  E, lá, eu não fui para poder continuar mais um dia cansada, porque é assim que eu tenho que viver, cansada de tudo e de todos. É assim que vivemos, cansados.

Congelando pensamentos.

segunda-feira, 17 de maio de 2010
Frio de final de Maio. Frio de outono. Frentes frias que atravessam os ossos e chegam na cabeça. Circulam pelos pensamentos e se misturam no trama da inteligência com a imaginação. Frio que congela até as pálpebras da alma, cessando a visão para o mundo inteligível. Frente fria da ignorância. Monções da alienação. Vontade de se aquecer da sociedade não falta, vontade de acender uma lareira de problemas, mais ainda. Me cobrir da sociedade eu irei, nesse frio que gela desde meus dedos dos pés até as nervuras de cada canto do meu corpo, aquelas nervuras que me fazem sentir o frio do medo em um mundo sem lareiras que possam aquecer para explicar.

xx Lê

Overloaded.

domingo, 16 de maio de 2010
Como diria Albert Einstein, os problemas significativos que enfrentamos não podem ser resolvidos no mesmo nível de pensamento em que estávamos quando os criamos.
Estamos sempre rodeados de tantas preocupações que parecem ser sem soluções. Vivemos pra enfrentar problemas, um atrás do outro, um por vez, um a um. A única coisa que os difere é a forma como os encaramos. Eu, por exemplo, tenho uma prova amanhã que sei que irei mal, isso me preocupa muito, mas não há o que fazer, infelizmente é assim. Usar a expressão "É a vida" soa tão piegas e tão "encaixável" em todas as situações problemáticas. É a vida, problemas, problemas e mais problemas. Estamos sobrecarregados de problemas, mas... é a vida.
Não suporto mais a escola, terceiro colegial, a pressão da sociedade pra passar no vestibular, mais nada. Quero que tudo se exploda, tudo. Mas é a vida.

Realmente não sei porque estou digitando em outro blog, sempre começo um e acabo apagando tudo depois em dois dias. Então, espero que esse sobreviva mais do que 48 horas. Agora irei enfrentar o meu problema com a matemática. Deseje-me sorte, mesmo sabendo que não há ninguém lendo isso.
xx Lê