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Incluindo-me em uma sociedade não real: a minha.
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Relógio do tempo.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
Os ponteiros do relógio parecem mais rápidos do que nunca. Sem eu perceber o tempo foi consumido, eu não o vi passar. Todos os anos anteriores viraram apenas momentos guardados em minha memória. Agora as luzes estão apagadas e eu não posso mais ser salva, ou apenas esperar uma salvação enquanto espero o tempo passar e as luzes se apagarem. Ele já passou e a escuridão toma conta de tudo que presencia minha volta.
O oceano de dúvidas agora tem ondas que me arremessam contra a gravidade e o fluxo. Consigo imaginar minha vida nesse instante, ou o que eu espero que ela seja, como uma ampulheta, me impondo às minhas próprias ações de uma maneira regressiva. Como se extraísse todas as forças que eu carrego junto à minha alma de uma forma lenta. Tenho receio de qual será o último grão a cair e se serei forte o bastante nesse instante, ou se irá acentuar minha fragilidade.
Sinto que todo o tempo que eu imaginei que teria pela frente, quando ainda tinha tempo para tal, está morto e sem qualquer coordenação de sentidos. As péssimas lembranças, de momentos ruins, passam em uma velocidade impressionante sob minha mente. É a própria vulgarização do medo. Eu estou com medo desse ponteiro invisível da vida, que nos leva à hora do fim.
A confusão não acaba, ela consegue se manter forte no universo íntimo do meu ser. Ela se esconde nas sombras que me movem, nos atos que me regem. As paredes se fecham e o relógio insiste em soar o terrível tic-tac - o som da discórdia.
Há pessoas que nunca mais verei e pessoas que nunca imaginei que iria conhecer. Há lembranças já esquecidas e lembranças que serão o passado do meu futuro presente. Aparecem sobre as nuvem as oportunidades perdidas e eu as choro. E sobre a terra surgem as novas oportunidades que são os caminhos que se abrem; são as faces do meu destino.
O tempo que se passou é revelado pelas fotos que desbotam, os rebentos que crescem e os anseios e ensejos que aparecem. É uma corrida contra o tempo; uma fuga da vida já percorrida. E eu me desespero por saber que não há o que fazer, apenas há de nós deixarmos as esperanças guardadas com nós para as ações e preocupações que virão. Enquanto o relógio do tempo não para. Ele nunca vai parar.