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Incluindo-me em uma sociedade não real: a minha.

Eu consegui, eu vivi.

domingo, 19 de setembro de 2010
Às vezes estamos tão longe que sentimos falta até do vento, da grama e dos inimigos. A saudade parece tão grande que nem sabemos o porquê de termos partido. Tudo é tão difícil... 
Difícil. Essa palavra descreve tanta coisa, não é?! Enfrentar os problemas é difícil, mas no fim sempre conseguimos. Conseguir, outra palavra, mas essa descreve sensações. Sabe aquela sensação de frio na barriga e sorriso dos olhos que temos quando realizamos algo que parecia tão impossível antes? Eu chamo de conseguir. Ela é semelhante à Felicidade. Não dizem que a felicidade está em momentos? E quando conseguimos resolver algum problema nesse momento ficamos felizes. 
Mas nem sempre tudo é tão simples, parece que nunca vai acabar. Só que sempre acaba, felizmente ou infelizmente. O minuto acaba, a hora acaba, o dia acaba, o ano acaba e a vida acaba. Não gostamos de pensar nisso, eu sei. Ninguém gosta, mas é a verdade: a vida acaba. E levaremos da nossa vida quem somos e o que fizemos. E aquela bolsa que compramos depois de tanto juntar dinheiro ou aquela roupa que ganhamos? Elas não vão junto. É aí que percebemos como temos que aproveitar os momentos, a vida. Aproveitar a vida é fácil? Acho que não, na verdade tenho certeza que não é. Nada é fácil, muito menos a nossa vida. Mas se fosse fácil não teria graça. Qual seria a graça de viver um dia após o outro, de dormir para acordar no dia seguinte, de ter coragem e assumir desafios se tudo fosse tão fácil? Nenhuma. Aproveitar a vida é algo que tanta gente diz tantas vezes, mas acho que nunca sabemos o que é até perceber que estamos aproveitando. Mas aproveitar não é sinônimo de alegria. Envolve muito mais, assim como tristeza, solidão e saudades. Ah, a saudades de novo. Todos nós sempre sentimos saudades de coisas. Coisas tão insignificantes na maioria das vezes, mas coisas tão importantes em outras. Por exemplo saudades da família, dos amigos e até mesmo da nossa casa. Reclamos tanto dela, mas é lá que nossa vida está alojada. Nossa vida é muito importante, logo o lugar que ela se encontra também é. 
Só que nem sempre temos tudo que queremos, certas vezes sonharemos com alguma coisa e quando abrimos os olhos vemos outra. Isso dá uma angústia sem tamanho. E a insegurança então? Ela é tão terrível, nem sei o que dizer dela. Ela vem, nos ataca e nos deixa com medo. Não gosto de medo, mesmo sabendo que sentimos muito dele. Ele está sempre conosco e parece ser tão devastador. Se soubéssemos o quanto ele nos faz crescer... talvez pariamos de tê-lo. Mas isso é impossível, todo mundo sente medo. Medo é comum! Não significa que deixaremos de lutar por apenas ter medo de enfrentar. 
Por trás de todo esse medo tem algo tão diferente e tão parecido ao mesmo tempo: a realização. A realização emocional ou física. Sabe aquele friozinho na barriga que você tem logo após fazer algo certo? Essa é a realização. Só que é difícil saber quando algo é certo... eu sei disso. Eu acho que na verdade nada é certo, as coisas só parecem ser menos erradas. E muitas vezes não sabemos distinguir, isso é normal, mas muito complicado. Temos que viver para saber se o que fizemos foi menos errado. 
Viver, que verbo lindo. Todos querem viver bem, ter momentos para contar aos netos e para quando tivermos 80 aninhos poder sorrir e dizer "eu consegui, eu vivi". Só que para tudo isso precisamos aproveitar coisas novas, não conseguiremos e não viveremos nada se ficarmos parados e pedindo sempre ajuda. Precisamos apenas de nós mesmos e da nossa força de vontade. 
Mas e quando estamos longe? Como vamos aguentar a saudades? Chorando e sorrindo logo após. Ou até mesmo olhando para o céu e vendo que o sol tem o mesmo tamanho em qualquer lugar que estejamos. Isso não é incrível?! Não parece que estamos menos longe de quem estamos pensando?! Eu acho. 
Alguns acham que passar por tudo isso e sentir todos esses sentimentos é muito difícil, mas no fim eles vão continuar sendo as mesmas pessoas, não irão crescer. Irão ser eternamente aqueles que não podem pensar que se algo não deu certo, eles nem, pelo menos, tentaram. Diferente de alguém que pegou a oportunidade, a enfrentou, viveu a aventura, passou por tudo isso e sobreviveu feliz por ter realizado tanta coisa sozinho...


(Esse texto é em homenagem à uma amiga muito especial que está longe por um ano... saudades, Má :]) 

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