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Incluindo-me em uma sociedade não real: a minha.

Folha frustrada.

quarta-feira, 16 de junho de 2010
Queria escrever alguma coisa, algo que reivindicasse os valores impostos, mudasse opiniões, ou destruísse o senso comum. Mas não consigo. As palavras dentro da minha cabeça se misturam formando um emaranhado de pensamentos. Meus dedos, ao juntar essas letras formando palavras, querem gritar ao mundo - ou apenas a quem está lendo - algumas verdades e todas as revoltas. Mas meus dedos estão calados, quietos e imóveis. Tento não pensar que é uma mostra de fraqueza ou que é apenas uma falta de criatividade. Pensar nessas possibilidades me assusta, eu quero escrever.
Quero preencher todo esse largo espaço em branco com os meus valores, minhas crenças, meus amores e até minhas dores. Só que eu não consigo.
A pressão do pensamento me sufoca; tenho que escrever, mas não consigo suprir minhas vontades, muito menos minhas necessidades.
Quero escrever coisas que vão mudar o mundo e o rumo de tudo; só quero, pois não consigo. É mais forte do que eu toda essas frustração e sensação de incapacidade, dói em cada canto do meu corpo, e da minha alma, que estou aqui, na ativa, escrevendo, e no fim, não escrevi nada. Nada que possa realmente ser lido e refletido.
No fundo, somos influenciados pelos pensamentos externos mesmo! Nossa transcedência sempre tem uma vogal ou outra que não é nossa, ela foi imposta!
Nós escrevemos e, involuntariamente, colocamos palavras, letras e frases do senso comum; o senso comum somos nós. Cada letra que nos obrigam a escrever, é uma parte nossa. É triste pensar que mesmo que eu me esforce, minhas palavras não farão efeito, nem nas folhas dos outros, nem na minha própria folha - a que mais importa. Oras, não gosto de palavras externas e condensadas nas minhas frases! Ou você gosta?
Queria escrever em caixa alta para quem puder, ou quiser, me entender. Mas não consigo, só consigo preencher minha folha com ideias inúteis que ninguém irá ler, muito menos me escutar.
Escrevi, escrevo e ainda irei esrever, porque é assim que tem que ser. Quero escrever do meu jeito fazendo palavras de efeito, mas não consigo, ninguém me lê. Quero viver do eu jeito fazendo atos de efeito, mas não consigo, ninguém me vê.
Essa folha é só mais um desabafo por todas as outras folhas que escrevem, escrevem e escrevem e não escrevem nada. Os pensamentos externos, as orações ordinárias, entram, influem e apagam mesmo.
No fim, não importa quantas palavras escreveu ou quantas frases formou, será ainda só mais uma folha, como outra qualquer.
Escrevo com entusiasmo e amor, e ninguém lê. Vivo com intensidade e sonhos, e ninguém vê. Eu não me faço vista, não há como se fazer tal no meio tantas paisagens mais interessantes. Serei sempre só mais uma folha entre tantas em uma grande folhagem. E quem se importa? Sou só uma folha desinteressante e frustrada.

4 pitaco(s).:

  1. Sofia disse...:

    você fugiu do senso comum, escreveu seu próprio pensamento, ideias proprias e um desabafo... e é claro que ficou ótimo !!! que orgulho dessa menina !! hahaha

  1. Joy disse...:

    Muitos de nós queremos escrever coisas que vão mudar o mundo e o rumo de tudo...
    Mas parece que o mundo se acomodou demais pra mudar de rumo.
    Às vezes eu me irrito comigo mesma quando fujo dessa vontade e começo a escrever coisas sentimentais mais do que racionais.

  1. L disse...:

    Concordo com você joy! Cansei de escrever e de ser o que o mundo quer ler ou ouvir. Quero - queremos - mudar tudo...

  1. Anônimo disse...:

    FODA

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