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Incluindo-me em uma sociedade não real: a minha.
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(Des)ilusão.

domingo, 4 de setembro de 2011
E quando o sol está sentado a beira-mar imaginando como seria se apenas desistisse de esquentar as águas? Será que é o mesmo sentimento que a lua tem ao se chatear com o luar?
O que será que está fazendo aquela estrela pequena afundada no meio de tantas outras? Imagino se ainda pensa em parar de se destacar, para que ironicamente a notem. Ela seria a tola estrela diferente que não tenta se destacar, pelo menos ela seria vista. Pois ela merece se destacar tanto quanto as outras, que por sua vez são grandes. E chamam a atenção. Ela também quer chamar a atenção, também quer ser notada pelos sonhadores que encostam a cabeça na grama fofa e as encaram quando a escuridão toma conta até do canto mais escondido. A estrela pequena se chatea com os dedos indicadores apontados para as outras, já que ela nunca é apontada. Ela sabe se destacar tanto como as outras, os quatro ventos estão de prova de como ela se esforça.
As conchas feinhas e quebradas nas pontas já não aguentam esperar que alguma mão carismática e sorridente as retire daquela terra molhada que as cobre cada vez mais. Elas têm medo do dia que estejam tão enterradas que nem caso uma mão queira pegá-las de lá seja possível. Elas sonham com os dias que pertencerão ao colar de praia de alguém - aquele mesmo que fica localizado por cima do peito quente do qual um coração pulsa. Elas também têm coração que pulsa, ninguém escuta? Deve ser porque pensam que elas não são conchas, só por serem distintas.
O sol sabe que nunca irá desistir de aquecer as águas, mesmo que tente se auto-convencer sempre que pode, ele tem esperança de que algum dia as águas reconheçam seu verdadeiro valor. Por que o que ele tem de errado? Ele pode até ser mais alaranjado do que outro, ou ter menos raios solares que uns, mas ele continua um sol não é mesmo? Ele age como um sol, pensa como um sol, sente como um sol, por que não o veem como um sol? Nem pena sentem desse pobre sol?
A lua então, nem se fale. Ela está sempre aonde o luar precisa para poder acontecer! Mas o luar prefere enxergar os outros brilhos diversos que piscam sobre o espaço que percorre. Será que ele sabe que a lua não é do tipo que pisca e desaparece? Que o brilho dela é eterno? Que ela é única? E que se o luar pedisse, ela brilharia ainda mais? Só pelo gosto doce que é ver o luar ficar feliz.
A pequena estrela e as conchas estão cansadas e desiludidas dessa ilusão sem fim que se propaga. Algum dia quem sabe elas não dividem essa sabedoria dolorosa com o sol e com a lua?