468x60

Incluindo-me em uma sociedade não real: a minha.
  • Blockquote

    Mauris eu wisi. Ut ante ui, aliquet neccon non, accumsan sit amet, lectus. Mauris et mauris duis sed assa id mauris.

  • Duis non justo nec auge

    Mauris eu wisi. Ut ante ui, aliquet neccon non, accumsan sit amet, lectus. Mauris et mauris duis sed assa id mauris.

  • Vicaris Vacanti Vestibulum

    Mauris eu wisi. Ut ante ui, aliquet neccon non, accumsan sit amet, lectus. Mauris et mauris duis sed assa id mauris.

  • Vicaris Vacanti Vestibulum

    Mauris eu wisi. Ut ante ui, aliquet neccon non, accumsan sit amet, lectus. Mauris et mauris duis sed assa id mauris.

  • Vicaris Vacanti Vestibulum

    Mauris eu wisi. Ut ante ui, aliquet neccon non, accumsan sit amet, lectus. Mauris et mauris duis sed assa id mauris.

"Futuro"

sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Eu poderia tentar definir nesse exato momento o que a palavra "Futuro" está significando para mim, mas tudo que eu vá falar, ou melhor, escrever não vai conseguir definir de maneira certa. Nem sei se "certo" é um adjetivo que eu posso usar para falar da definição de algo que é tudo, menos certo. Eu queria pelo menos conseguir entender o peso que o "Futuro" tem na minha vida... só sei que é muito. Ou pelo menos eu acho que seja. Até nisso essa palavra me complica.
Como uma palavra, uma simples junção de seis letras, consegue ser o motivo dos meus anseios e de todo o pavor que me consome? Gasta desde minha massa cinzeta até as nervuras que se estendem pelo meu corpo ansioso. É tão arrebatadora.
Muitos dizem que o futuro é sua próxima respiração, o próximo piscar dos olhos e até mesmo o próximo passo da sua vida. Outros tentam definir como a resposta das ações do seu presente e o reflexo do que foi o seu passado. Mas não sei com quem concordar, ou se eu realmente tenho que ser à favor de algo. Acho difícil assumir um argumento definitivo sobre um fato incerto e longe do nosso conhecimento.
Se não possuímos o conhecimento, como podemos argumentar? Podemos só refletir e imaginar.
"Imaginação"... uma palavra que, para mim, tem uma ligação forte com "Futuro". É como se elas caminhem de mãos dadas em uma estrada de terra, só esperando o momento que dois caminhos irão aparecer: o da estrada e o de flores. Enquanto o "Futuro" escolhe o da estrada, a "Imaginação" continua sua trajetória no de flores, ou até mesmo, na maioria das vezes, para no de terra.
Os mais céticos dizem que não há caminho na vida que acompanhe o "Futuro" que seja cheio de flores, tem que ser o de terra. Mas os criativos acreditam no contrário. Essa comparação pode lhe parecer um tanto equivocada e infantil, mas tente acompanhar minha linha de raciocínio.

Cheguei no ponto da minha vida que tenho que decidir qual caminho tenho que seguir. Esse ponto é o tão conhecido e temido: vestibular. E eu realmente queria que os meus caminhos e escolhas se resumissem em dois apenas. Talvez eu não teria esse oceano de dúvidas ou pelo menos teria como navega-lo. Pode parecer exagerado, só que é na verdade complicado e demasiado. No ponto de escolher qual curso prestar e de fazer a tal prova que representa tanto, é que deixamos para trás aquela vida de escolhas que não eram inerentes à nós. Não digo que seja o começo da fase adulta, mas, sim, de algo parecido com a mesma. E isso me assusta... demais.
Mesmo eu tendo marcado um curso em si na ficha de inscrição, não significa que eu tenha absoluta segurança da minha escolha. Eu sei, essa insegurança ocorre com todos. É um medo geral, acontece com todos que chegam nesse ponto em um dia de suas pequenas e condensadas vidas. Se não for com todos, é com a grande maioria.
Às vezes me pego imaginando como será daqui pra frente, se tudo que eu penso acontecerá de verdade, ou se irá seguir caminhos diferentes. O que nos remete àqueles caminhos que a "Imaginação" tem que seguir, o de flores e o de terra. Já que o "Futuro" em si continua retilínio... na teoria, claro.
Tenho um pavor de pensar se tudo acontecer diferente, se eu vou conseguir aceitar. De não entrar para faculdade de Design, não me formar na mesma, não ganhar a vida desenhando e desenhando. Será que vou conseguir aceitar essa ideia?
Esse tal "Futuro" não está ao nosso alcance; não temos o menor controle sobre ele. Isto não te preocupa? Saber que o fator que conduz nossas vidas não está sob nossa moderação e nunca estará.  Não sabemos se no próximo segundo iremos chorar, ou sorrir, ou até mesmo sobreviver. Sooa tão frustrante.
Não quero me frustrar com os meus planos para o futuro. Quem sabe se eu parasse de sonhar e imaginar, isso não iria acontecer?! Só que não consigo. Se eu não sonhar e não pensar no amanhã, não terei motivos para viver o hoje. Estou presa nesse ciclo.

Fugindo um pouco da reflexão, da subjetividade e do medo, vamos à ansiedade e para daqui duas semanas: o dia que começam os meus vestibulares. Esses são tão assustadores quanto a palavra "Futuro". Pensar que lá verei o resultado de toda minha vida estudantil e o acesso à uma vida nova, a de escolhas e realizações. Até então tudo que faço e decido não é inerente apenas a mim. A partir desse dia o que vier será consequências dos meus próprios atos. Muito assustador.
Para não prolongar mais, deixo aqui minhas palavras que juntas formam um resumo da minha crise pseudo existencialista. Enquanto isso, continuo imaginando o que será do meu futuro e do meu vestibular com a ansiedade em uma mão e o medo em outra.

A culpa é nossa.

domingo, 3 de outubro de 2010

Hoje, 3 de Outubro de 2010, é o dia das eleições para Presidente, Governadores, Senadores e Deputados e é só falar em política no Brasil que já é motivo de risada ou desinteresse. O argumento de que nenhum candidato presta e que o voto não mudará nada é tão reticente que chega a me dar asco. É mais fácil assumir que foi criado para não se interessar por política e que é totalmente alienado do mundo político. Mas tudo é consequência de um longo processo alienado. Há anos vivemos sob um governo que não nos deixa entender o que acontece nesse mundo paralelo e misterioso. Suponho que tudo isso começou desde que aconteceu o golpe militar para iniciar a ditadura... ou um pouco depois com o Collor. Mas que seja, desde um certo instante todos os brasileiros resolveram não ligar para o que acontece na política, sendo taxada de "algo desinteressante e roubado", realmente é roubado, mas por culpa de todos que julgam desinteressante. Um raciocínio tão lógico e deprimente.
Hoje, quando fui votar, escutei uma pessoa dizendo ao respectivo cônjuge "votei na Dilma, ela vai ganhar mesmo". Olhei bem para o cidadão e notei que aparentava ter no mínimo 30 anos a mais que eu e pelo jeito uns 100 anos de noção cívica a menos. O problema não é apoiar um candidato de um partido que, no meu ver, é totalmente repugnante, e sim não ter o mínimo de opinião. E ainda tinha uma criança, que julgo ser o filho do casal, junto. Que bom exemplo, não é?! Com certeza essa pergunta não precisa de resposta.
Não quero fazer um texto defendendo um partido em questão ou qualquer coligação, pelo contrário. Não importa agora quem você apoia, o voto é secreto e íntimo mesmo. Quem eu votei e deixei de votar na urna apenas interessa a mim e representa os meus pensamentos, meus valores e meus planos como cidadã brasileira... pena que nem todo mundo pensa assim.
Dois terços da população não sabem o que um Senador faz no Senado. Muito menos o que um Presidente e um Governador fazem ou deixam de fazer. E vou te contar um segredo: esses dois terços não querem nem saber. Um Senador representa o seu estado, ou seja, representa você em um tipo de parlamento. Ele zela pelos seus direitos constitucionais, julga o Presidente e analisa projetos de leis. Um deputado, que seja Federal ou Estadual, aprova as leis. Um Governador nem se fala... ele é que é o responsável por onde você mora e por onde você vai. Se você estuda em uma escola boa ou tem alimento em estoque na sua casa. Eles são você e o seu mundinho. E você ainda tem coragem de assumir que não entende nada de política, ou pelo menos de assumir que não se interessa por isso.
Aquele modelo antigo de revoltas desde a colonização até depois do ínicio da República deixam um pouco de saudades. As pessoas, mesmo monopolizadas seja pela mornaquia ou pelas oligarquias, sabiam o que estava acontecendo com o lugarzinho delas e queriam mudanças. Mesmo não conseguindo, vendo que nenhuma revolta brasileira deu resultados. Até a Farroupilha que envolveu pessoas de classes mais elevadas não deu em nada, aonde que uma revolta de negros e campesinos daria alguma coisa, como na revolta da Vacina? Mas ninguém pode falar que eles não tentaram. Eles queriam mudar.
E os anos a frente desses, meu povo? Há algum almejo por mudanças no coletivo? Não, apenas elites apoiando um partido que seja contra a pobrada e a pobrada não tendo o conhecimendo suficiente para apoiar algum partido que proporcione melhoras. O que nos remete a grande necessidade da Bolsa Família. Eles precisam dela, eles não possuem conhecimento para quererem mais. E ninguém faz nada para mudar isso.
Não estamos apenas monopolizados por uma coligação específica - que nem preciso citar para que vocês saibam qual seja - estamos por todas. Elas sabem bem que nós, a população brasileira no geral, não sabemos o que está acontecendo e não faremos nada para mudar. E o que eles fazem? Continuam com a mesma forma de mandato que tinhamos na época da escravatura - no sentindo metafórico, é claro. Enquanto eles mandam, nós fazemos. E não há como mudar, até que haja uma lei Áurea que nos liberte dessa condição miserável de subordinados.
Imagino os livros de história nos anos 3000 citando a partir de 1990, mais ou menos, como uma época de pura alienação política por parte da população e realmente quero que nessa época já seja diferente.
Espero que até lá a população perceba o quão ignóbeis elas são não participando dos próprios interesses. Espero que nessa época, não apenas o voto seja obrigatório, mas como saber como votar seja também. Espero que nesses anos 3000 alguém pergunte a um adolescente sobre o governador do seu Estado e ele saiba responder do mesmo jeito que sabe o que o seu ídolo musical faz ou deixa de fazer. Espero que as pessoas de classes menos favorecidas apoiem quem realmente faça o melhor não só para eles, como para todos - já que vivemos na dita democracia. E que a elite pense igual. Espero realmente que tudo seja diferente, que política seja matéria obrigatória tanto nas escolas como na cabeça das pessoas. Espero que a alienação política seja algo em que os filhos dos nossos bisnetos irão pensar como algo ultrapassado e totalmente repugnante. Espero que não tenha mais políticos que usam e abusam do dinheiro público por saberem que mesmo com escândalo, ninguém irá fazer nada e vão continuar elegendo - vide Maluff, Collor e Valdermar da Costa Neto - já que as pessoas vão saber que neles não se vota. Espero do fundo do meu coração que tudo seja diferente, já que por enquanto tudo vai continuar na mesma hipocrisia e ignorância. Mas para isso acontecer precisamos de mudanças e disso eu não sei o que esperar.
Até essa revolução milagrosa acontecer nós continuamos como estamos, com PIB (quantidade de dinheiro) em 5º lugar e o IDH (condições de se viver) em 70º - o que nos mostra o quão somos enganados - e nossa educação e saúde se igualarem com as de países que mal tem dinheiro nos próprios bolsos, quem dirá no cofre federal, e morrem de doenças banais.
Então, pessoa da mesma seção eleitoral que eu e que votou na Dilma hoje de manhã, nos vemos no segundo turno para você poder votar mais uma vez sem ter a mínima noção do que está fazendo, igual a milhões de outras pessoas. Esse é o nosso Brasil e a nossa culpa.